Bradesco não seguirá Caixa na redução de juros do crédito imobiliário, mas pode negociar
São Paulo 27/06/2019 – O Bradesco, vice-líder em financiamentos imobiliários no País, não reduzirá as suas taxas de juros como fez há poucos dias a Caixa Econômica Federal, líder desse mercado, mas está disposto a negociar taxas especiais em alguns casos.
“Estamos abertos a discutir e negociar com os clientes qualquer taxa, inclusive tão baixas ou até menores que as da Caixa Econômica Federal se for o caso”, disse o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari Jr. “Mas seria uma avaliação caso a caso, e não um movimento amplo (de corte de juros) do banco. Temos que preservar sempre a saúde da carteira, rentabilidade do banco e o retorno para o nosso acionista”, ponderou.
A Caixa anunciou no início deste mês a redução nos juros no financiamento da casa própria. A maior taxa cobrada caiu de 11% mais Taxa Referencial (TR, atualmente em zero) para 9,75% mais TR. A menor taxa, que é paga por quem tem relacionamento com a instituição, foi reduzida de 8,75% mais TR para 8,5% mais TR. Os financiamentos no Bradesco, por sua vez, partem de 8,95% ao ano mais TR, para imóveis de até R$ 1,5 milhão, e de 9,45% mais TR para os que custam acima disso.
Lazari estimou que a carteira de crédito imobiliário do Bradesco deve crescer em torno de 10% a 15% em 2019, embora essa não seja uma meta formal. “Todos os meses estamos desembolsando mais de R$ 1 bilhão, considerando os financiamentos só para as pessoas físicas. Então esperamos que essa carteira cresça mais de dois dígitos”, disse.
Se a estimativa se confirmar, a carteira de crédito imobiliário terá um crescimento acima da média das demais modalidades de financiamento do banco. Segundo Lazari, a projeção oficial para a carteira do Bradesco é de expansão na ordem de 9% a 13% em 2019, meta que foi mantida a despeito do desempenho mais fraco do que o esperado para a economia brasileira.
Nos primeiros quatro meses de 2019, a Caixa liderou a concessão de empréstimos para a compra e a construção de moradias, com desembolsos de R$ 5,901 bilhões. Em seguida estão Bradesco (R$ 5,053 bilhões), Itaú Unibanco (R$ 4,547 bilhões), Santander (R$ 3,534 bilhões) e Banco do Brasil (R$ 1,664 bilhão), de acordo com ranking da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). (Circe Bonatelli, Cynthia Decloedt, Fernando Scheller, Maria Regina Silva e Thais Barcellos)